A subida das taxas de juro na União Europeia tem vários impactos na economia da região.
Tanto positivos quanto negativos, dependendo do contexto económico.
Impactos positivos:
Impactos negativos:
O aumento das taxas de juro na União Europeia afeta de forma desigual os vários países, sendo Portugal um dos mais afetados. As famílias portuguesas têm sentido um impacto significativo nos seus orçamentos devido ao aumento das taxas de juro.
Esta mudança nas taxas de juro tem também impacto no mercado de crédito habitação em Portugal, com um aumento significativo nos montantes negociados e nas amortizações antecipadas. Algumas das mudanças mais recentes incluem a transição de taxas de juro variáveis para taxas mistas e a alteração dos indexantes utilizados.
É importante destacar que, apesar das alterações indicadas, a taxa de juro variável ainda é a mais recorrente nos contratos existentes em Portugal. De acordo com dados do Banco de Portugal, em maio de 2023, cerca de 87,8% do total de crédito habitação estava indexado à Euribor, sendo que a maioria utilizava a Euribor a 12 meses como indexante.
Apesar de ter havido uma diminuição na proporção de contratos indexados recentemente, devido ao aumento dos contratos a taxa mista, a maioria dos contratos de crédito habitação em Portugal ainda está sujeita a variações nos indexantes. Isto significa que as famílias portuguesas são sensíveis às mudanças nas taxas de juro determinadas pelo Banco Central Europeu.
No entanto, a situação é diferente nos outros países europeus. De acordo com dados do Banco Central Europeu, a prevalência de taxas de juro fixas é mais comum em toda a União Europeia. Em maio do mesmo ano, apenas cerca de 21,84% dos empréstimos concedidos para a compra de imóveis na União Europeia estavam indexados a taxas variáveis.
Esta diferença significa que, em média, as variações nos indexantes têm um impacto menor nos outros países da União Europeia, em comparação com Portugal. Enquanto a União Europeia passou por mudanças significativas nas tipologias de taxas de juro associadas à habitação própria nos últimos 20 anos, Portugal manteve uma preferência pelas taxas variáveis, tornando-se assim mais vulnerável às flutuações nos indexantes. Esta diferença na estrutura dos contratos de crédito habitação entre Portugal e outros países europeus destaca a sensibilidade do país às políticas monetárias do Banco Central Europeu.
Em resumo, o impacto da subida das taxas de juro na UE depende de diversos fatores, incluindo o momento em que ocorre, a magnitude do aumento e as condições económicas gerais. Os bancos centrais geralmente ajustam as taxas de juro com base nas condições económicas para equilibrar os impactos positivos e negativos e promover a estabilidade económica.
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